
André Luis Santos de Souza
Doutorando em Antropologia Social no Programa Interinstitucional MINTER-Museu Nacional/UFRJ; Mestre em Antropologia Social no Programa Interinstitucional MINTER-Museu Nacional/UFRJ-UFV. Licenciado e Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Pesquisador bolsista de Iniciação científica pelo programa FUNARBIC/UFV e FAPEMIG, com os temas: SURDEZ, LIBRAS e Corpo surdo. Professor de Sociologia em Rede privada de ensino (cursinho e escola) Professor de Libras e coordenador no Curso de Extensão em Língua Brasileira de Sinais - CELIB/UFV.
Currículo Lattes
Corporalidades Surdas: “Vestir a Libras no corpo”, da metáfora à experiência etnográfica
A “surdez” é um fenômeno que acontece com certa frequência na espécie humana. Por vários fatores algumas pessoas nascem ou adquirem ao longo da vida a impossibilidade de ouvir sons. Tal condição, pode estimular certas “re(l)ações sociais” que variam de grupo para grupo social em diferentes contextos historicamente localizados. Em torno do "fenômeno da surdez" surgem diferentes esquemas simbólicos de significação, e, em muitos casos, produz estigmas e exclusão/segregação social. Neste cenário, através da pesquisa etnográfica busco refletir como as categorias nativas “deficiente auditivo”, “surdo” e “ouvinte” foram mobilizadas como expressão de diferentes corporalidades (categoria analítica). Para tanto, analisarei e interpretarei alguns dados etnográficos produzidos durante meu trabalho de campo[1] realizado entre 2012-2018 na cidade de Viçosa e microrregião (localizada Zona da Mata Mineira - ZMM).
Foi possível através do trabalho de campo mobilizar um conjunto de narrativas, vivências/participações observantes em eventos e situações de encontros sociais, revisão da literatura sobre o campo da surdez, coleta de documentos, fotografias e vídeos, bem como também, a realização de entrevistas informais e semi-estruturadas com os agentes líderes da/na uma rede social mapeada na região. Os dados produzidos por meio das técnicas supracitadas forneceram a matéria prima necessária à elaboração e escrita etnográfica que irá compor minha Dissertação. Busco dissertar sobre as categorias nativas “surdo”, “deficiente auditivo” e “ouvinte”, entretanto, sem ignorar a existência de outras como por exemplo: “surdo-lobo”, “surdo-oralizado”, “surdo-falante”, “surdo-implantado” e “surdo-mudo”. Estas categorias[2] nativas, expressadas em Português e em Libras (a partir da equivalência de sentidos), elucidam, até certo ponto, a diversidade nas formas de como se percebe, interpreta e compõe o corpo sem audição. Ainda, essas categorias, em certas situações e contextos, podem ser mobilizadas para demarcação cultural, identitária e política.
Meu intuito será articular reflexões e análises acerca da surdez pelo viés das experiências biográficas de cada corpo-sujeito ligado a uma rede social, em especial, de pessoas que ocupam posição de liderança nela e estão conectadas diretamente à alguma instituição educacional, política e/ou religiosa. Para tal empreitada, partirei detalhadamente de um tipo de corporalidade vinculada à Língua Brasileira de Sinais (Libras), explorando: os conflitos, as narrativas controvérsias atribuídas à surdez, os processos de (de)composição social dos corpos sem audição pelas instituições e agentes sociais, bem como também, sobre as demarcações de diferenças linguísticas, identitárias e culturais envolvendo um tipo de corporalidade surda.
[1] Construído, a partir da minha participação em pesquisas de iniciação científica (2012-2014), da elaboração da monografia (2015-2016) e, ainda, durante o mestrado (2017-2019).
[2] Também mencionadas na etnografia Tese de César Augusto de Assis Silva (USP, 2010) e na etnografia Dissertação de Cibele Barbalho Assênsio (USP, 2015), ambos trabalhos realizados em São Paulo, e sob orientação de José Guilherme Cantor Magnani, professor vinculado ao Departamento de Antropologia da USP.
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Doutorando em Antropologia Social no Programa Interinstitucional MINTER-Museu Nacional/UFRJ; Mestre em Antropologia Social no Programa Interinstitucional MINTER-Museu Nacional/UFRJ-UFV. Licenciado e Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Pesquisador bolsista de Iniciação científica pelo programa FUNARBIC/UFV e FAPEMIG, com os temas: SURDEZ, LIBRAS e Corpo surdo. Professor de Sociologia em Rede privada de ensino (cursinho e escola) Professor de Libras e coordenador no Curso de Extensão em Língua Brasileira de Sinais - CELIB/UFV.
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Corporalidades Surdas: “Vestir a Libras no corpo”, da metáfora à experiência etnográfica
A “surdez” é um fenômeno que acontece com certa frequência na espécie humana. Por vários fatores algumas pessoas nascem ou adquirem ao longo da vida a impossibilidade de ouvir sons. Tal condição, pode estimular certas “re(l)ações sociais” que variam de grupo para grupo social em diferentes contextos historicamente localizados. Em torno do "fenômeno da surdez" surgem diferentes esquemas simbólicos de significação, e, em muitos casos, produz estigmas e exclusão/segregação social. Neste cenário, através da pesquisa etnográfica busco refletir como as categorias nativas “deficiente auditivo”, “surdo” e “ouvinte” foram mobilizadas como expressão de diferentes corporalidades (categoria analítica). Para tanto, analisarei e interpretarei alguns dados etnográficos produzidos durante meu trabalho de campo[1] realizado entre 2012-2018 na cidade de Viçosa e microrregião (localizada Zona da Mata Mineira - ZMM).
Foi possível através do trabalho de campo mobilizar um conjunto de narrativas, vivências/participações observantes em eventos e situações de encontros sociais, revisão da literatura sobre o campo da surdez, coleta de documentos, fotografias e vídeos, bem como também, a realização de entrevistas informais e semi-estruturadas com os agentes líderes da/na uma rede social mapeada na região. Os dados produzidos por meio das técnicas supracitadas forneceram a matéria prima necessária à elaboração e escrita etnográfica que irá compor minha Dissertação. Busco dissertar sobre as categorias nativas “surdo”, “deficiente auditivo” e “ouvinte”, entretanto, sem ignorar a existência de outras como por exemplo: “surdo-lobo”, “surdo-oralizado”, “surdo-falante”, “surdo-implantado” e “surdo-mudo”. Estas categorias[2] nativas, expressadas em Português e em Libras (a partir da equivalência de sentidos), elucidam, até certo ponto, a diversidade nas formas de como se percebe, interpreta e compõe o corpo sem audição. Ainda, essas categorias, em certas situações e contextos, podem ser mobilizadas para demarcação cultural, identitária e política.
Meu intuito será articular reflexões e análises acerca da surdez pelo viés das experiências biográficas de cada corpo-sujeito ligado a uma rede social, em especial, de pessoas que ocupam posição de liderança nela e estão conectadas diretamente à alguma instituição educacional, política e/ou religiosa. Para tal empreitada, partirei detalhadamente de um tipo de corporalidade vinculada à Língua Brasileira de Sinais (Libras), explorando: os conflitos, as narrativas controvérsias atribuídas à surdez, os processos de (de)composição social dos corpos sem audição pelas instituições e agentes sociais, bem como também, sobre as demarcações de diferenças linguísticas, identitárias e culturais envolvendo um tipo de corporalidade surda.
[1] Construído, a partir da minha participação em pesquisas de iniciação científica (2012-2014), da elaboração da monografia (2015-2016) e, ainda, durante o mestrado (2017-2019).
[2] Também mencionadas na etnografia Tese de César Augusto de Assis Silva (USP, 2010) e na etnografia Dissertação de Cibele Barbalho Assênsio (USP, 2015), ambos trabalhos realizados em São Paulo, e sob orientação de José Guilherme Cantor Magnani, professor vinculado ao Departamento de Antropologia da USP.
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- SOUZA, A. L. S.; JUNIOR, TIM . O uso de tecnologias (TIC) na produção de material didático bilíngue libras/português na universidade federal de viçosa. Fórum (Rio de Janeiro. 2000), v. 1, p. 54-54, 2016.